quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

E ai liberdade?


Descobri que minha liberdade e meu excesso de rebeldia (como dizem), incomodam as pessoas. As pessoas estão presas no limite criado pela sociedade, e numa ideia fajuta de liberdade, e por fim  se sentem desconfortáveis quando outras pessoas resolvem não seguir esse padrão. Sou dessas que não segue padrão algum, e assim eu fiz, tentei ser livre no amor, e o outro não compreendeu minha liberdade, minha transparência e o meu não-se-preocupar-tanto.  Enquanto amava, tentei demonstrar um afeto que não era coberto por exageros e por superficialidades.  Enquanto amava tentei não ser tão exigente, pois isso iria contra todas as minhas ideias sobre um relacionamento estável. Tentei não tornar o outro um objeto de necessidade, e fui compreendida como misteriosa ou então não tão afetuosa. Quando na verdade o que eu queria era ser a pessoa mais ideal. Ideal no sentido de que não me permitira invadir o espaço que pertence ao outro.  Esse não ultrapassar o limite do outro, se tornou um estado de estar constantemente  distante/ afastada.  Tentei ser livre nas minhas amizades, e fui compreendida como mesquinha por não estar tão por dentro dos padrões sociais. Das festas, dos bares, e das conversas.
Ser livre tem um preço muito grande, e um dos preços maiores da liberdade é  achar que a liberdade distancia o outro, ou até mesmo afasta a fidelidade dos relacionamentos afetivos. Ser fiel não é estar disponível para o outro a todo o momento, ou até mesmo ter relações com outras pessoas. Ser fiel é ser sincero.  A sinceridade é o maior exemplo de fidelidade pra mim.  Outros interesses podem surgir enquanto duas pessoas se relacionam, a fase do olhar para fora da relação é extremamente importante.  A liberdade está encaixada exatamente nesse ponto.  Liberdade é ser fiel com o outro, e acima de tudo, é ser fiel consigo mesmo.  Liberdade não é dividir um espaço entre duas pessoas, pelo contrário, é saber que embora haja uma cumplicidade, o outro precisa de  tempo/espaço para relacionar consigo mesmo.
Liberdade não é de tal forma, deixar o outro de lado para viver de acordo com os ideais. Liberdade é saber separar as ideias e juntar o que da pra juntar. 
O problema do desequilibro em relações assim, é quando o outro não consegue compreender as ideias do parceiro.  É quando ambos, embora sustentados pelo mesmo teto, não enxergam a parede do lado esquerdo da cama (que fizeram sexo na noite passada) na cor azul.  Para o outro ela é branca e ponto.  Nós, pessoas que lidamos abertamente com a liberdade do outro e com a própria liberdade estamos sujeitas a perder amores e amizades por uma simples ideia egoísta, de que somos seres individuais. 

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