quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Nós!



Peço que antes de fazer a leitura deste texto, ouça a música: 1901 - Birdy! 

Cá estou eu na tentativa de escrever sobre você, como se fosse fácil escrever sobre algo que pouco entendo e que tanto cativo.  Esse algo transformado em amor.  A verdade é que as palavras sempre se perdem quando sinto vontade de falar sobre nós.  Daí eu tento mas não sai nada, e eu tento de novo e de novo e de novo.  Arrisco um poema, mas não é disso que eu falo. Tento uma música, mas as cifras nunca completam meu contexto. E tento a crônica, bom, minha amiga crônica tem me ajudado nisso e lá vamos nós.
Nessa noite que passou resolvi pensar em você, e nesse intervalo entre pensar e fumar,  eu senti algo muito grandioso na minha alma; não era um insight e nem tão pouco uma vontade imensa de sussurrar em teus ouvidos meu amor por ti. Era apenas uma evolução espiritual tomando conta da minha necessidade de transcendência.  Veio-me em mente o momento que fizemos amor na noite anterior. Momento esse que senti mais forte que das outras vezes, que o seu eu estava se tornando nosso.  Veio-me em mente o momento que a existência resolveu traçar nossos caminhos e lembrei-me da primeira vez que nos encontramos. Ficamos sentados por algumas horas no parque, fumando e reclamando da nossa bagagem existencial; ora pesada, ora leve!  Você articulava muito bem e isso me impressionava.  O seu jeito “revoltado” me encantou .  Lembrei-me também da primeira vez que dissemos eu te amo.  Não sabíamos se era amor e muito menos se era paixão, mas sabíamos que havia em nós uma vontade grandiosa de nos amarmos. E assim fizemos.  As horas estavam passando e essa coisa transcendente que não sei o nome e nem de onde vêm, começou a movimentar minha mente de forma inquieta. Não era necessário definição alguma. Eu sabia que era a nossa liberdade fazendo com que eu ficasse ainda mais ausente dos conflitos e mais presente na paz.  Você me transmite paz e afeto.  Lembro-me de quando estávamos deitados e que você olhou em meus olhos e uma lagrima escorreu.  Eu não sabia se correspondia ao feito, ou se te abraçava forte e te protegia do mundo.  Seus olhos verdes brilhavam com mais intensidade e seus lábios vagarosamente iam perdendo a cor. Você olhava pra baixo como se quisesse esconder algo, e eu insistia pra que correspondesse meu olhar.  Era uma sensação forte ao mesmo tempo que era linda e fantástica.  Foi exatamente nesse momento que soube que além de amor, havia em nós uma vontade imensa de cuidar um do outro. Vontade essa que nos fez de tal forma, ainda mais próximos e mais distantes de toda aquela coisa pesada que a existência traz quando relacionamos com ela.  Seria estranho demais se eu dissesse que preciso mais de nós do que de mim, mas o fato é que a cada vez que me aproximo de nós sinto-me ainda mais próxima de mim. Do meu eu e do meu estado de contemplação espiritual. Por fim, digo insistentemente que o amor tem esse problema, quando se ama muito, a poesia transcende as palavras e começa a ficar não-verbal demais.  As palavras se tornam algo mais vivencial e as escritas deixam de fazer sentido. Agora compreendo porque quando o assunto é você, as palavras quase que se movimentam independente da minha posição. É o amor. É você. Somos nós!

2 comentários:

  1. Amor é assim. Nunca é o bastante quando escrito, cabendo mais no sentir.

    Gostei da música e do texto.
    Flores.

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  2. Não pare de escrever, seus textos são muito bons. Parabéns

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