sábado, 15 de dezembro de 2012

Insight !


Se quebrar o silencio significa desistir do amor, assim o faço. Minha alma não compreende a necessidade do distanciamento, e por fim, a necessidade de mesmo transbordando de amor, limitar o desejo físico.  No íntimo, talvez pelas condições que outrora mantinham a minha espera intacta, o desejo foi se esvaindo com o tempo e com ausência. Não falo de uma ausência carnal, ou até mesmo de ausência de afago, digo da ausência vivencial, do estar sempre caminhando lado a lado, compreendendo, respeitando e aceitando as mais diversas condições particulares de cada um.  Talvez a vida ainda não tenha dito que relacionamentos exigem o ato de doar a alma/corpo/coração, por essa razão as pessoas preferem  a individualidade. Contar e compartilhar os defeitos e as entranhas seria ferir as intimidades do próprio ego. E quem é que está preparado para fazer com que o ego, se desmanche através do aceitamento daquilo que se é?! Ontem, por ventura, resolvi limpar o meu jardim interno. Resolvi colocar a mesa, cara a cara, os meus piores defeitos: o individualismo, o pessimismo, e o egoísmo. Resolvi  assumir e sentir profundamente a causa e efeito que os mesmos me causam.  Depois, resolvi passar um pano, bem leve, naquelas poeiras que foram juntadas pela falta de mobilidade. Descobri que me faltavam carinhos, doçuras, e poesias. Fechei os olhos e disse mentalmente: “Amanhã, tudo estará renovado. Não mais precisarei do que me é externo como preenchimento” . Logo pude conhecer a verdadeira calma do ser que vive espiritualmente. Resolvi quebrar o nosso silencio, antes que a vida faça isso. Resolvi que era chegada a hora de abandonar a situação presente; do pensar demais e do esperar demais. Meu alvo se tornou as  realizações mais próximas dos meus olhares, o que me é certeiro. No meu jardim interno havia caixas e nelas pude encontrar magoas e rancores.    Fechei os olhos e comecei a meditar, e concentrar na minha respiração, ora rápida, ora devagar, pouco a pouco  essas dores foram sumindo. Conheci a felicidade contemplativa. Uma paz, leveza, ou qualquer que seja o nome. Se esse silencio gritante significa abandonar o cargo de espera, assim o faço. Não posso e não devo continuar sentada no meu mais profundo estado espiritual, esperando que as coisas se transformem. As coisas só vão se transformar quando eu mesma querer conhecer a verdadeira causa do meu próprio mundo, e assim, eleva-lo.  

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