Eu só queria dizer que sinto falta do seu abraço, do seu
colo, e do seu amor.
Sinto falta também da sua mania de organizar tudo, e de
querer estar constantemente controlando as coisas. Lembro-me de quantas vezes
eu quis que você sentisse a ausência de equilíbrio, ou então se tornar um pouco
menos responsável por tudo aquilo que está a sua volta. Acho mesmo é que você nunca percebeu que eu
queria isso de você.
Você sempre disse que eu te mostrei a liberdade, e tenho a
sensação de que embora bem conceituada, nunca mostrei a você a experiência de
sentir-se livre.
Nadar pelado, sair desarrumado, dormir no chão, ou até mesmo
fazer amor ao ar livre. Ás vezes me pego pensando porquê você sempre restringiu
as coisas. Talvez fosse isso que atrapalhava
o nosso relacionamento. Tínhamos amor,
mas não tínhamos a “chave mestra” para dominar nosso relacionamento. Não que
não déssemos certo, até dávamos, mas faltavam afagos. Não afagos físicos, pois isso é o que mais tivemos. Faltaram afagos na alma, afagos na qual eu
pudesse me aproximar do seu íntimo e admira-lo. Até admirei a sua
personalidade, mas sempre tive a sensação de que faltava algo. Já fizemos
inúmeras coisas juntos, lembra? As vezes que visitei seu apartamento, e me aproximei
da tua família. Das vezes que te contei meus segredos, e você sorriu
assustado. Lembro-me da primeira vez que
fizemos amor, ouvindo Rita Lee. Aqueles
versinhos que me impulsionava ao teu corpo: “Desculpe o auê, eu não queria
magoar você.” Nunca nos faltou desejos
físicos e nem mesmo desejos de presença, mas de certo, faltavam proximidades intelectuais.
Você sempre tão inteligente e charmoso, que me assustava as vezes. E eu, como é
mesmo que você dizia? “Tão rebelde.”.
Talvez a minha rebeldia o tivesse incomodado, ou talvez eu
fosse um reflexo daquilo que você desejasse ser e não foi capaz, e assim vice e
versa. Mas confesso, nunca desejei ser tão organiza e tão certa com as coisas.
Sou a favor de um pouco de desiquilíbrio, e desordem.
O meu café termina aqui.
Sinto sua falta, meu amor !
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