quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O moço que me fez sentir borboletas no estômago.


Sinto novamente borboletas no estômago. Só que agora é por saudade daquele moço que veio de longe me encontrar.  Borboletas que me pedem para telefonar e mandar a fotografia que tiramos naquela serra que passamos a madrugada ouvindo Neil Young e sorrindo. Ele me fazia sentir mais livre, leve e solta. Pela primeira vez eu pude ser eu mesma. Pude gritar todos meus medos, inclusive o da morte. Pude cantar, mesmo tendo essa voz horrível e desafinada. Pude olhar nos seus olhos e dizer que o achava muito charmoso enquanto andava com aquele bermudão de dormir, pelos arredores de seu apartamento. Pude deitar na sua cama e dizer que o colchão é péssimo, que preferia dormir na sala. Pude ajuda-lo lavar o apê e terminar com todos os dois molhados, deitados no chão da cozinha. Eu pude ser e não ser, o que gostaria de ser. Eu pude ser natural. Pude beija-lo, andar de mãos dadas, ouvir Tulipa alto, e fazer amor na cachoeira, sem precisar dizer que o amo, ou dizer palavras que confortam qualquer encontro afetivo.  Sabíamos que não havia nada mais que uma simples necessidade de preenchimento. Sem compromisso, sem muitas delongas, sem pressa para o retorno.  Pude tocar piano, sem precisar ficar com postura ereta, fingindo ser a pianista ideal que não sou.  Pude cozinhar aquele miojo mau feito, e pude ouvir com toda sinceridade: “Puta merda, tu não sabe cozinhar”, e enche-lo de beijos por tamanha autenticidade. Pude manda-lo ir pra merda, por me dizer que leio muito, e que sou muito viajada. Pude  te abraçar quando me senti sozinha, e pude sair correndo pros seus braços, da minha aula de piano. Simplesmente porquê fiquei com vontade de sentir teu cheiro/corpo colado ao meu.  Eu pude e fiz inúmeras coisas, sem precisar doar por completa, nesse encontro entre almas. Sinto profundamente uma falta imensa desse ser que se encontra por ai, em tamanho desencontro comigo.  

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