De repente esse laço se corrompe e você percebe que valeu a
pena, mas não da mais. A vontade de introspecção começa a fluir, e você não
sabe silenciar, já que se acostumou com a presença. Tudo se torna mais complicado quando naturalmente
a singularidade começa a surgir. Você começa a desejar sua presença, e a querer
ausência de tudo: Familiares, namorado, amigos, e principalmente das coisas que
mais gosta. Não é egoísmo, você auto-afirma. É apenas uma vontade de ficar sozinha.
De repente você percebe que já faz uma semana que não fala com ninguém, e que
ninguém te procura. Você não sente falta, e nem eles. Você descobre que é difícil
lidar consigo mesma, e começa a te achar invulnerável. Mas não é possível que
eu seja tão distante assim, pensei. Você
quase não se encontra consigo mesma. A vontade aperta, e você passa a ficar
deitada, por dias, sem vontade alguma de se sentir amada, desejada, e assim,
não surge nenhuma reciprocidade. Passaram-se um mês, e você sente uma vontade
gritante de sair do conforto do quarto. Parecia ser um insight, que
involuntariamente tomou conta do seu ser, e te fez, quase que sem escolhas, uma
pessoa mais plena e mais preparada para lidar com as adversidades. Você sorri.
Abre a porta da alma, e resolve
telefonar. Descobre que ele estava lá, esperando seu tempo, e sua recomposição.
Se sente bem, e resolve caminhar a procura do outro, já que se está cheia de si
mesma.
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