terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Para a Angélica!


Passei a mão na cabeça e pensei: “É agora.”
É agora o momento que preciso organizar as coisas e descobrir o que significa essa intuição que me deixa  cada dia mais profunda e menos externa.  Já tentei de todas as formas me encontrar.  Já fui santa, já fui “puritana” e já fui mulher.  Já fui à igreja católica, evangélica, e nas reuniões jeová.  Sem falar que ando frequentando o budismo, e mesmo assim falta alguma coisa.  Sinto que falta mais eu em mim.  Já fui homem e já fui mulher em uma relação. Já fui filha, já fui irmã, mãe, amiga, namorada, ficante e flerte. Já fui rebelde, hippie, mendiga, rockeira e punk.  Já disse eu te amo, e já gritei eu te odeio.  Já quis estar junto, e já quis estar longe.  Já sai sozinha, e na maioria das vezes acompanhada.  Já ouvi bossa nova, e gritei ouvindo rock.  Já curti reggae, e já gostei das ondas e vibrações rastafáris.  
As vezes me questiono o fato de que estar sozinha pra mim, na maioria das vezes, é uma sensação assustadora.  Parece que quando o assunto é lidar comigo mesma, as coisas mudam de forma e tudo parece um pouco assustador.  E ao mesmo tempo, sinto uma vontade imensa de dizer adeus pra aquele relacionamento cotidiano e ficar sozinha.  Não que eu precise me amar mais, ou algo do tipo, eu só preciso olhar no espelho e dizer: “Agora é só eu e você”.  Não que me falte afagos internos, mas eu sinto que por ventura, tem me faltado um pouco mais de Angélica.  A Angélica substancialmente transformada através da essência pura.  As vezes eu choro porquê sinto falta de alguém.  Sinto falta de alguém que me ouça e não me questione. Sinto falta de alguém que esteja comigo a todos os momentos. Que me abrace mentalmente quando a ausência for necessária.  Que diga que me ama independente de tudo. Alguém que me conheça e que me compreenda da melhor maneira possível. Eu sinto falta mesmo, não é de um namorado ou de um colo de mãe.  Nem mesmo de ter amigos e sair para fumar com eles no parque.  Eu sinto falta é da Angélica que existe em mim. Eu sinto falta de mim mesma.  Não, não é loucura!  Eu me amo muito! 

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