Passei a mão na cabeça e pensei: “É agora.”
É agora o momento que preciso organizar as coisas e
descobrir o que significa essa intuição que me deixa cada dia mais profunda e menos externa. Já tentei de todas as formas me encontrar. Já fui santa, já fui “puritana” e já fui
mulher. Já fui à igreja católica, evangélica,
e nas reuniões jeová. Sem falar que ando
frequentando o budismo, e mesmo assim falta alguma coisa. Sinto que falta mais eu em mim. Já fui homem e já fui mulher em uma relação.
Já fui filha, já fui irmã, mãe, amiga, namorada, ficante e flerte. Já fui
rebelde, hippie, mendiga, rockeira e punk.
Já disse eu te amo, e já gritei eu te odeio. Já quis estar junto, e já quis estar
longe. Já sai sozinha, e na maioria das
vezes acompanhada. Já ouvi bossa nova, e
gritei ouvindo rock. Já curti reggae, e
já gostei das ondas e vibrações rastafáris.
As vezes me questiono o fato de que estar sozinha pra mim,
na maioria das vezes, é uma sensação assustadora. Parece que quando o assunto é lidar comigo
mesma, as coisas mudam de forma e tudo parece um pouco assustador. E ao mesmo tempo, sinto uma vontade imensa de
dizer adeus pra aquele relacionamento cotidiano e ficar sozinha. Não que eu precise me amar mais, ou algo do
tipo, eu só preciso olhar no espelho e dizer: “Agora é só eu e você”. Não que me falte afagos internos, mas eu
sinto que por ventura, tem me faltado um pouco mais de Angélica. A Angélica substancialmente transformada
através da essência pura. As vezes eu
choro porquê sinto falta de alguém.
Sinto falta de alguém que me ouça e não me questione. Sinto falta de
alguém que esteja comigo a todos os momentos. Que me abrace mentalmente quando a
ausência for necessária. Que diga que me
ama independente de tudo. Alguém que me conheça e que me compreenda da melhor
maneira possível. Eu sinto falta mesmo, não é de um namorado ou de um colo de
mãe. Nem mesmo de ter amigos e sair para
fumar com eles no parque. Eu sinto falta
é da Angélica que existe em mim. Eu sinto falta de mim mesma. Não, não é loucura! Eu me amo muito!
Nenhum comentário:
Postar um comentário